Marina Silva questiona privatização da Eletrobras: "governo quer tapar o rombo de sua incompetência"

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2018 14h21
Johnny Drum/Jovem Pan <p>Marina Silva participou do programa Pânico e defendeu a diversificação da matriz energética pela Eletrobras</p>

Em participação no programa Pânico nesta segunda-feira (23), a pré-candidata à Presidência Marina Silva (Rede) disse que é contra a privatização da Petrobras e questionou o objetivo de o governo de Michel Temer promover a privatização da Eletrobras. Marina garantiu, no entanto, que “não tem dogma com relação à privatização, ao setor privado”.

“Na Petrobras com ceteza não (deve ser feita a privatização)”, disse a pré-candidata. “O sistema misto, com a iniciativa privada e governo como acionista majoritário, funciona muito bem sem a corrupção”, afirmou. “Os leilões para os blocos de petróleo são feitos abertos à iniciativa privada. Isso faz com que a petrobras seja uma empresa eficiente, se não fosse a roubalheira que se apropriou dela”, avalia a ex-senadora.

“Em relação à Eletrobras, eu não tenho dogma com relação à privatização, ao setor privado. Ele (setor privado) deve operar nas áreas em que o Estado não precisa estar fazendo tudo, e ainda fazendo o resto”, declarou Marina.

“No caso da eletrobras, tem que saber qual é o plano?”, questionou Marina. “O governo está privatizando um ativo como a Eletrobras para quê? Para investir em educação, em ciência, em tecnologia, inovação? Não. O governo quer tapar o rombo de suas incompetências com um ativo que é de todos nós”, criticou.

Matriz energética

A pré-candidata, conhecida por sua carreira ambientalista, criticou a proposta de privatização da Eletrobras como foco nas hidrelétricas e defendeu uma matriz energética diversificada.

“Se a iniciativa privada adquire esse ativo (da EletrobraS), ela quer ter um retorno de seu investimento”, disse Marina, destacando que as empresas interessadas têm “expertise em fazer grandes barragens”.

“Vai continuar a (usina de) Balbina? vai continuar Belo Monte?”, questionou a ex-ministra do Meio Ambiente. “O Brasil tem que caminhar numa matriz de energia limpa, diversificada e segura”, defendeu Marina. 

Ela ressaltou que o mundo investe hoje em “enegia solar, energia de biomassa e energia eólica”.

“O Brasil não pode colocar os ovos em uma única cesta, dos reservatórios”, disse. A pré-candidata argumenta que as mudanças climáticas estão contribuindo para diminuir as chuvas, o que faz baixar os reservatórios e o País recorrer ao carvão, petróleo e diesel para compensar, considerados energia “suja”, por meior das termelétricas.

“O governo tem que ser transparente com a sociedade, dizendo ‘vamos alagar a Amazônia’, ou ser transparente com os empreendedores, (dizendo) ‘a matriz energética vai nessa direção e, portanto, se vocês adquirirem esse ativo, vocês têm que saber que não vai ser mais a lógica só de grandes barragens, sobretudo na Amazônia, onde existe o potencial de hidreletricidade”, sugeriu Marina.

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